Oi pessoal, e aí,
muito curiosos para lerem a resenha de O Teorema Katherine? Então se
preparem, porque a resenha vai ser longa, afinal, esse livro
arrebatou meu coração e será impossível descrevê-lo em meia
dúzia de palavras.
Bom, como já disse na
minha resenha sobre o primeiro capítulo de O Teorema Katherine (quem
quiser leia aqui), a história começa num tom meio depressivo. Colin
está na fossa porque acabou de levar um pé na bunda de sua
namorada, Katherine. Mas ela não é uma namorada qualquer, ela é "A
Katherine", ou melhor, a XIX Katherine na vida de Colin. Sim,
ele já teve 19 namoradas chamadas Katherines, e essa não é a única
esquisitice na vida do rapaz.
Colin é um garoto
diferente, completamente nerd, prodígio e aspirante à gênio, que
não faz nada da vida além de decorar coisas que lê, fazer
anagramas, estudar idiomas e namorar Katherines. Ao se formar no
colégio, Colin percebe que seu momento gênio está com os dias
contados, afinal, ele já tem 17 anos e ainda não descobriu a cura
de nenhuma doença, não concluiu nenhum doutorado e não fez nenhuma
outra proeza que o deixasse famoso e digno de ser lembrado pela
eternidade. E isso acaba o deixando ainda mais deprimido.
Colin viveu sua vida
inteira querendo ser importante, sendo incentivado de perto por seu
pai. Para isso, ficava horas e horas do seu dia estudando, o que
acabou transformando-o em uma pessoa extremamente solitária,
ridicularizada e incompreendida pelos outros e de certa forma vazia e
sem conteúdo. Quanto mais Colin estudava e adquiria conhecimento,
mais distante ele ficava da vida, menos ele conseguia se relacionar
com as pessoas e mais frustrado ele ficava por não conseguir atingir
suas marcas, seus
Hassan conhecia muito
bem seu melhor amigo e sabia o quanto o garoto estava sofrendo pelo
término do namoro e pelos seus problemas existenciais. Queria ver o
amigo feliz e acabou propondo que ambos metessem o pé na estrada,
sem rumo e sem compromisso, até a dor passar. Colin acabou
concordando.
Como que por ironia do
destino, Colin e Hassan vão parar em Gutshot, a cidade em que o
Arquiduque Francisco Ferdinando está enterrado. Lá eles conhecem a
peça chave que irá mudar de vez suas vidas: Lindsey.
É em Gutshot, a
caminho do túmulo do Arquiduque, que Colin tem seu primeiro momento
"eureca", logo depois de cair e bater a cabeça. Colin
descobre que o amor pode ser representado em um gráfico matemático,
logo, seria possível, através de cálculos, demonstrar quanto tempo
um relacionamento amoroso poderia durar e quem seria o Terminante e o
Terminado da relação. Foi assim que ele resolveu criar O Teorema
Fundamental da Previsibilidade das Katherines. E com esse Teorema,
ele tinha certeza, finalmente atingiria seu momento gênio e seria
agraciado com algum grande prêmio, além de ter sua Katherine XIX de
volta.
O problema é que
resolver esse Teorema não era tão fácil quanto Colin imaginava, e
os resultados encontrados acabariam modificando por completo a sua
vida e a de todos ao seu redor. Afinal, será mesmo possível prever
os términos dos relacionamentos por meio de cálculos? E que
ensinamento podemos tirar disso tudo? Vocês terão que ler para
saber. E leiam, porque vale muito a pena!!
***
Novamente John Green
nos presentou com uma história maravilhosa, tão real, tão
plausível, tão cheia de personagens complexos e ricos de
significados que é impossível não nos entregarmos ao livro de
corpo, alma e mente.
Assim como em A Culpa é
das Estrelas, John Green consegue alternar entre textos simples,
linguagem coloquial, cheia de gírias de adolescente, com textos
inteligentes, citações e referências históricas que complementam
o significado da história.
Impossível não se
apaixonar por Colin, Hassan e Lindsey nas suas individualidades.
Todos tão cheios de defeitos e ao mesmo tempo com tantos princípios
e virtudes. Impossível não se identificar com um ou todos eles.
Impossível não vibrar com as descobertas feitas e com as reflexões
elaboradas por eles. Impossível não refletir sobre as nossas
próprias vidas, escolhas e atitudes.
Desde A Culpa é das
Estrelas, John está tentando nos dar dois recados que podem parecer
sutis, mas que permeiam do início ao fim as obras dele: a
importância de sermos quem somos e o que um livro, uma história,
pode fazer com as nossas vidas.
Em O Teorema Katherine,
John levanta grandes questionamentos como: Por que nos preocupamos
tanto com o que os outros pensam? Por que tentamos diariamente ser o
que não somos? Por que queremos desesperadamente ser amados,
idolatrados, lembrados, especiais? O que estamos tentando preencher
com tudo isso? Até onde iríamos para atingir esses objetivos?
Seríamos realmente capazes de nos anularmos, de trocarmos de
identidade até percebermos que não sabemos quem somos de verdade?
Pensem sobre isso!!
"É fácil demais
ficar empacado. Cê só fica com essa ideia fixa de ser alguma coisa,
de ser especial ou maneiro ou sei lá o quê, ao ponto de nem saber
mais por que precisa disso; cê só acha que precisa."
Ri muito, me emocionei
demais, pensei demais, me apaixonei demais, tudo demais, porque O
Teorema Katherine é demais!
Preciso alertá-los que
ao final existe um apêndice explicando todos os cálculos e gráficos
que são mostrados durante o livro. O John deixou bem claro que o
apêndice era um opcional, que quem não quisesse não precisava
lê-lo. Mas ele é tão fofo e falou tão bem do amigo que criou
todas as teorias para ele que juro que tentei ler, mas quem me
conhece, sabe que não nasci com o neurônio da matemática (juro, é
verdade, acabei de ser eliminada de dois concursos públicos por
causa da matemática) e simplesmente logo no segundo parágrafo
desisti porque não consegui entender nada. E fico com raiva quando
não consigo entender algo, e aí sim minhas chances de aprendizado
são reduzidas a um grande 0.
De qualquer forma, quem
puder leia, tenho certeza de que irão gostar e conseguirão enxergar
a genialidade por trás disso.
John novamente arrasou
com meu coração. Estou profundamente triste de ter acabado a
história. Simplesmente não vi as páginas passarem e quando dei por
mim estava lendo as últimas linhas, incrédula, pensando: "Não
creio, já acabou? E agora, o que eu faço?". O sentimento de se
sentir órfã de um livro, de amigos que você acabou de fazer, é
triste demais, mas ao mesmo tempo, o sentimento de ter vivido uma
nova aventura, de ter descoberto coisas novas, aprendido mais um
pouco, refletido sobre a vida, é tão intenso que meio que se
igualam.
John, só tenho a te
agradecer por nos presentear com mais uma obra tão significativa e
tão profunda na sua simplicidade. Colin pode não ser um gênio, mas
você é! E que venham mais livros para saborearmos!
De: Colecionador de sonhos
De: Colecionador de sonhos
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